A professora Jordana Cristina de Jesus, vinculada ao Departamento de Demografia e Ciências Atuariais (DDCA/UFRN) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN (PPGDem), assumiu a Coordenação-geral de Políticas de Cuidados da Secretaria Nacional de Autonomia Econômica, unidade vinculada ao Ministério das Mulheres. A nomeação é um reconhecimento aos anos em que a pesquisadora vem desenvolvendo seus estudos sobre uso do tempo e do trabalho doméstico não remunerado.
Entre as atribuições da função, a docente contribuirá para a elaboração da Política Nacional de Cuidados. O escopo de “cuidados” considera todas as atividades realizadas no dia a dia voltadas para o bem-estar das pessoas e inclui as tarefas cotidianas, como manutenção da limpeza, organização dos domicílios e o apoio a atividades diárias de pessoas com diferentes graus de autonomia ou dependência. A iniciativa busca dar atenção a um aspecto da vida que, muitas vezes, é invisibilizado, mas que é fundamental para o funcionamento da sociedade e das atividades econômicas.
Bacharel em Ciências Atuariais, mestre e doutora em demografia, Jordana é professora da UFRN desde 2018, onde, também, atuou na vice-coordenação do curso de Ciências Atuariais. É membro do Grupo de Estudos em Economia da Família e do Gênero (GeFam) e coordenadora do Grupo de Trabalho População e Gênero, da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep), com atuação em diversas frentes de pesquisa.
A pesquisadora coordena, por exemplo, o projeto que visa analisar o cuidado de idosos no pós-pandemia. Vinculado ao Programa Inova, da Fiocruz, o estudo busca fomentar respostas de curto e médio prazo para o cuidado desse grupo no contexto pandêmico e pós-pandêmico, por meio de estratégias que combinam ações de pesquisa, de educação e de mobilização social, em três territórios situados em municípios das regiões Norte e Nordeste do país. Também, coordena a Rede de Pesquisa Observatório da Violência (OBVIO), ação que objetiva dar respostas e suprir várias lacunas no que concerne aos estudos sobre violência e criminalidade para o subsídio de políticas de desenvolvimento para a região.
Em pesquisa recente, Jordana Cristina de Jesus apresentou o contexto situacional da chamada “geração sanduíche”, definida por adultos que precisam responder por demandas de seus filhos, mas também de seus pais, sendo, geralmente, mulheres entre 40 e 49 anos, em sua maioria, negras. Em entrevista ao podcast Ciência ao Pé do Ouvido, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), ela explica que entre os motivos para este fenômeno está a escolha de ter filhos mais tarde, a longevidade e as famílias ficando cada vez menores, o que faz com que muitas pessoas sejam obrigadas a cuidar das duas gerações.
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